Em busca da cura
Como é difícil me aceitar, imperfeita, dissimulada e
tão errante.
Cometo os mesmos erros, repetidas vezes.
Quando o outro não tem por mim o mesmo cuidado que
eu gostaria que tivesse ou frustra as minhas expectativas, respondo com raiva,
ataco e quando atacada de volta, me deixo abater.
Se a raiva e a agressão deixou o outro magoado, lá
estou eu para salvá-lo.
E nesse ciclo construo relações frágeis, tristes e
sombrias.
A alegria se vai.
A tristeza me conecta comigo mesma como sentimento
familiar, onde sinto que existo. Como os poetas românticos me deixo morrer.
Parece que a alegria não me pertence, que não foi
feita para mim. Eu lá no íntimo sei que não é verdade, que posso ser feliz e
alegre, e ser eu mesma criatura e criadora.
Mas quando o ciclo começa, ele me arrasta para o
fundo.
Hoje consigo lembrar aonde deixei o meu fio, me
agarro nele e percorro mais uma vez o labirinto escuro e fora da caverna
respiro livremente. Poderia perceber os sinais antes de cair na armadilha, mas só
algumas vezes isso acontece.
Acho que estou melhor a cada dia.
Na caverna escura e tateando com uma lanterna o fundo, consigo rapidamente encontrar a ponta do fio perdido e me conecto comigo mesma.
Só por hoje!