A
Metamorfose
Você estava
tão desprotegida, no meio da rua, no asfalto quente, em pleno sol do meio-dia.
Ao te ver,
perguntei para mim mesma, o que te levou para esse lugar inóspito? Foi um ato
deliberado de protesto ou um grito de desespero? Ou seria, distração?
Será que
foges da vida rotineira e da responsabilidade de ser uma lagarta?
Não te posso
ouvir, mas procuro adivinhar os teus pensamentos.
Sigo o meu
instinto de proteção e acreditando estar te ajudando, te apoio com delicadeza
em uma folha e te coloco em uma árvore. Acreditando que te colocar em seu
antigo habitat, em contato com a natureza, tu voltarás a bordar as folhas, te
aprisionarás no casulo e com tempo voarás.
Não tenho
certeza se é esse o destino que gostarias.
Mas, as tuas
cores te denunciaram. O teu vermelho e o amarelo gritaram a tua presença. Foi
impossível não te ver, mesmo caminhando distraída.
Enfrente o
medo da metamorfose e voa.
E quando
quiser vem me visitar.
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